Street League Los Angeles 2018

Street League Los Angeles 2018

Yuto Horigome vence Street League em Los Angeles. Cris Joslin ficou em segundo e Kelvin Hoefler em terceiro lugar.

Street League Los Angeles 2018
Zion Wright, frontside nosebluntslide. (Cortesia Street League)

Nesse ridículo clima chauvinista que domina o Brasil em Copas do mundo, assistir a Street League me anima e orgulha demais ser skatista.

O que podemos acompanhar numa competição de skate, é pura positividade, ao contrário de partidas de futebol, com rivalidades ferrenhas até entre torcidas.

Essa cumplicidade entre nós é de longa data, tão normal que as vezes não damos conta do valor dela.

Street League
Paul Froes e Jorge Kuge aplaudindo o japonês Yuto Horigome. (Reprodução)

Começo falando pela torcida: quem vai assistir um campeonato de skate pode até ter seu favorito, mas você não vai vê-lo xingando ou vaiando outros skatistas. Pelo contrário, mesmo que não seja um estilo de skate diferente que você goste, vai aplaudir instintivamente vendo uma manobra cabreira. Nessa etapa de Los Angeles, pudemos acompanhar a unida torcida brasileira na arquibancada vibrando com os acertos, independente da nacionalidade dos skatista. E isso é lindo. Minha qualidade preferida da cultura do skate.

Pelo lado competitivo entre os skatistas, assistimos a vibração espontânea com os acertos dos “rivais”.

Ninguém comemora erros.

Quando alguém erra uma manobra, é decepção geral, ninguém vibra. (exceção para quando Kelvin era o único que podia alcançar Yuto e errou. houve comemoração pela confirmação do campeão, não porque Kelvin errou)

As únicas vaias escutadas nessa transmissão, foi da arquibancada para os juízes, quando a torcida achou que notas foram baixas demais para as manobras.

Com a cultura olímpica contaminando o skate. Essa qualidade nossa não pode ser atingida.

O legado do skate para as Olimpíadas será expandir essa vibração positiva entre as nações, principalmente os brasileiros, que tem a cultura arrogante de torcer explicitamente e agressivamente contra sempre.

A próxima etapa da Street League será mês que vem, em agosto, no Rio de Janeiro, e confesso que estou apreensivo com o perfil de “torcedores” que esse evento possa atrair para as arquibancadas.

Me faz lembrar de um X Games em Copacabana com a arquibancada lotada e ocupada em sua maioria por pessoas normais. Na final, um operador câmera atrapalhou o Cris Senn em plena volta. O que fez o skatista empurrá-lo. O locutor inflamou a torcida, dizendo que era uma falta de respeito o estrangeiro fazer isso. Sendo que o Senn foi a vítima afetada! A torcida começou a vaiar e jogar coisas na pista. Algo parecido com pote de gel se espalhou, e com a demora para a limpeza, começou a chover, encerrando a competição de forma patética.

Lembrei agora de mais uma história triste. Campeonato mundial no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo. Halfpipe montado do lado de fora do ginásio, atraindo os curiosos. Em certo momento, toda vez que o Neal Hendrix andava, um coro absurdamente entoava: “SADDAM, SADDAM”. Bob Burnquist teve que intervir e pedir respeito aos estrangeiros.

Galeria de fotos Street League Los Angeles 2018

 

Pista da Street League Los Angeles 2018. (Divulgação)

texto pré-evento

Nessa semana tem Street League!

A próxima parada da temporada, que começou no Tampa Pro e também rolou em Londres, será em Los Angeles.

Eliminatória e final no sábado, dia de 7 de julho.

A transmissão da fase eliminatória começa às 18h30 no horário de Brasília e a final 23h30.

Expectativa pra ver se o Nyjah Huston está recuperado da lesão que o afastou das sessões nos últimos meses e não o deixou competir em eventos grandes em 2018. Mas nas últimas semanas ele tem postado imagens andando na sua pista de skate privada e aparentemente está pronto.

Luan Oliveira, que se machucou nos treinos do Street League Pro Open, já está por lá andando.

Felipe Gustavo, Kelvin Hoefler e Carlos Ribeiro também vão competir na região onde estão morando.

A baixa é Tiago Lemos, que está com problemas na documentação para voltar aos EUA.

Pra assistir: etnlive.com

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