Allan Mesquita conta e mostra o “Skate na Amazônia”

Durante dez dias os skatistas profissionais Allan Mesquita, Wanderlei Arame e Diego Korn desbravaram sessões de skate em plena região amazônica, no Estado do Pará, acompanhados por Bruno Taioli, Eduardo Franchi e do videomaker Jerri Rossato Lima. A viagem rendeu sessões inusitadas, entre elas, uma rampa montada numa balsa navegando entre os rios Amazonas e Tapajós. Uma incrível experiência documentada no filme “Skate na Amazônia” e que Allan Mesquita contou ao blog alguns detalhes da aventura.

Allan Mesquita conta como foi andar de skate navegando no rio Amazonas e Tapajós (foto: Jerri Rossato Lima)
Allan Mesquita conta como foi andar de skate navegando no rio Amazonas e Tapajós (foto: Jerri Rossato Lima)

Como surgiu o convite para as apresentações de skate?
A história da Amazônia surgiu quando recebi um convite do Bruno Taioli para participar de duas apresentações no evento Skate Rock, que aconteceu em Santarém e Juruti. Disse ao Bruno que não tinha interesse de ir apenas andar, que só iria se meu camarada videomaker, fotógrafo, artista, Jerri Rossato Lima, fosse junto, pois tínhamos planos de produzir algo juntos.

Você já tinha viajado para a região amazônica?
Já conhecia Manaus, na oportunidade do campeonato profissional em 2003. Mas Santarém e Juruti, foi a primeira vez.

Qual a expectativa que você tinha de encontrar a cena do skate na região?
Pensei em andar num lugar onde o skate não era bem difundido, mas me enganei, pois hoje em dia percebo que não existem mais fronteiras pro skateboard. Presenciei muita gente praticando, porém sem muita estrutura.

As apresentações parecem que estavam lotadas, tanto de skatistas quanto público. E no documentário dá pra ver que eles estavam curtindo muito assistir vocês. Tem como descrever a energia que rolou?
A energia foi enorme e com isso nos motivando a andar, fizemos o melhor que pudemos e a molecada pirou. O ginásio foi abaixo muitas vezes, com o skate super criativo do Vanderley Arame, as marretadas do Diego Korn e eu colocando lenha na fogueira. Fizemos uma grande apresentação num calor de quase 50 graus, foi realmente inesquecível. O mais legal, é que conseguimos arrecadar três toneladas de alimentos não perecíveis, nos deixando bem felizes com isso.

Aquela menina que vocês ensinam dropar da minirrampa já andava de skate? É impressionante a rapidez que ela entende a explicação e dropa descalça.
Por incrível que pareça, a menina não sabia andar. Imagina que o asfalto chegou a pouco tempo em Juruti. Esse foi um grande momento da viajem.

Tem pistas de skate nas cidades onde passaram?
Tem uma pista em Santarém, mas não fomos conhecer pois disseram que era ruim e não valia a visita. Já em Juruti, não tem pista, mas tem asfalto novo em boa parte da cidade e algumas praças.

E a rampa na balsa, qual a história dela?
O Jerri sugeriu colocar a rampa na balsa e foi quando o Noel, o organizador do Skate Rock, gostou da ideia e depois de alguns telefonemas nos disse que seria possível, que precisaríamos da mão de obra pra realizar. Foi quando o Eduardo Franchi, que também estava na banca, se dispôs a enfrentar a missão, junto com a molecada local, que deu uma grande força pra que tudo fosse realizado. Tivemos uma grande exposição nas mídias regionais, com reportagens ao vivo inclusive no principal jornal do Estado do Pará. Contamos com uma grande estrutura, onde incluía um avião, um helicóptero, a balsa com a rampa e barcos para o translado, além de navegar andando de skate no encontro das águas, dos rios Amazonas e Tapajós.

Andar de skate lá era muito diferente de uma rampa montada em terra firme?
Não senti muita diferença, pois a rampa ficava bem estável na balsa. O problema era perder os skates.

Quantos skates caíram no rio?
Foram três skates. O do Korn, o do Bruno, que se jogou na água e resgatou e o do Eduardo Franchi que estava com o Bruno, mas dessa vez foi pro fundo.

Vocês (skatistas e o Jerri) viajaram já com o roteiro do documentário?
Não tínhamos roteiro, porque a história se desenrolou com o passar dos dias.

O doc. foi exibido em alguns festivais?
O doc. estreou no festival MINPI que rolou em Porto Alegre no final do ano passado. Está sendo programado para ser exibido na TV e também temos a pretensão de participar de mais alguns festivais. O importante mesmo é que primeiro chegue, através da internet, a quem estava aguardando pra ver.

Rolaram muitas roubadas ou foi tudo dentro do programado?
Não tivemos roubadas, pelo contrário, fomos muito bem recebidos. O Korn pulou atrás do skate dele quando caiu na água e quase ficou agarrado na vegetação do fundo do rio. Disse ele, que foi tenso.

O que mais te chamou atenção na viagem e qual a coisa mais impressionante que viu?
O que mais chama atenção é a beleza exuberante da natureza que se expressa em muitas formas de vida interagindo com harmonia no mesmo lugar.

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