Novidades da Street League deram certo

Novidades da Street League deram certo (foto: Sidney Arakaki)
Bastien Salabanzi retribuiu o carinho do público com muitos beijos (foto: Sidney Arakaki)

As novidades da temporada 2012 da Street League Skateboarding fizeram a diferença e trouxeram mais emoção à competição, mesmo tendo Nyjah Huston campeão mais uma vez. Os seis novos integrantes da Liga chegaram com vontade de andar e dispostos a avançar pelas fases, o que não acontecia antes com a primeira geração de competidores. Entre os novatos, o francês Bastien Salabanzi mostrou que é um dos grandes favoritos para as próximas etapas. Ele ganhou a simpatia da torcida em Kansas City por ir para o tudo o nada, sem nada a perder, e por pouco deixou escapar a vitória logo na estreia. Para se dar bem na Street League não basta ter constância e domínio de super-manobras. Estratégia é essencial e isso se adquiri com experiência. No caso, Nyjah já acumula bagagem de três temporadas e esse foi o quinto troféu e cheque de 150 mil dólares do jovem de 17 anos de idade. Só essa soma já é o valor de premiação de qualquer outro skatista da história. Nem Tony Hawk alcançou montante próximo, porque no auge de sua competitividade os campeões ganhavam em média mil dólares por evento. E esse é um dos grandes méritos de Rob Dyrdek, criador da Street League. Ele conseguiu atrair confiança de patrocinadores de peso para investir nesse projeto audacioso de fazer um campeonato de skate inspirado na estrutura de esportes convencionais, como basquete, hóquei, futebol, beisebol, etc. E por se tratar de uma novidade com muitos experimentos e o skate ser flexível à regras, depois de duas temporadas parece que as novidades trouxeram mais vigor à competição.

Luan de Oliveira ainda não tem noção do que ele representa. Quando falei pra ele que eu estava na arquibancada vendo a reação das pessoas quando ele andava – e elas estavam pirando na sua habilidade – Luan ficou surpreso pelo reconhecimento da torcida. Nos treinos o gaúcho era o favorito na arquibancada por fluir manobrando pela pista com manobras chaves muito bem feitas, como os nollie flips shiftys e backside nollie flips no bank to bank, frontside flips disasters no quarter, e soltar pedradas de surpresa, como um nollie hardflip noseslide saindo de bigspin na primeira tentativa, frontside ollies switch k-grinds e um backside flip alley oop subindo para a plataforma da parte grande da pista.

Luan de Oliveira, nollie flip no bank to bank (foto: Sidney Arakaki)

Apesar de ter assinado o contrato de exclusividade com a Street League para participar das competições desde a primeira temporada, Luan só começou a participar dos eventos em 2011. E mesmo assim, a partir da segunda etapa, porque na primeira ele estava machucado. Essa ausência lhe custou o fator experiência. “Tem que saber a usar a cabeça. É estratégia. Tem uns caras que gostam de lançar um ‘fifinho’ mas eu não gosto de fazer isso, prefiro fazer uma coisa melhor”, comentou Luan. Em 2011 gaúcho foi eliminado precocemente de uma etapa após arriscar uma manobra técnica, quando precisava apenas pontuar com uma manobra básica como um ollie.

Luan (foto: Sidney Arakaki)

Quando pergunto se ele está se empenhando para se tornar mais completo focando nos campeonatos da Street League, ele diz que prefere andar em gap, escada e borda. “Não consegui andar no corrimão dessa vez, foi meio casca. Mas nesse mês vou treinar bastante para andar em corrimão. Na próxima vez vou ter manobras boas, com certeza”, disse. E o algoz de Luan em Kansas City foi exatamente o gap. Especialista em descer barrancos gigantes de várias manobras, Luan errou na hora errada. Na eliminatória emperrou nos switch heelflips. Ele estava com uma pontuação ótima garantida na sessão de linha e precisava manter uma média razoável na seção grande, mas os erros com o switch heel lhe fizeram perder as chances da vaga direto para a final e conseguiu apenas avançar para a semifinal. E mais uma vez não conseguiu acertar uma manobra no gap, o hardflip espirrou dos seus pés depois de fazer uma linha completa.
Sobre um brasileiro fazendo companhia para ele na Liga, Luan diz que o brasiliense Felipe Gustavo é o cara certo. “Com certeza o Felipe Gustavo ia dar muitas manobras aqui. Ele tem um nível muito sinistro, muito cabreiro mesmo. Entra de flip, sai de flip. Então ele é um dos caras que poderiam ganhar o campeonato”. Felipe ainda não pode participar da Street League porque a Plan B ainda não lançou seu pro-model. Apenas skatistas com modelo assinado de shape podem integrar a lista. Apesar de Felipe ter competido o Tampa Pro nesse ano a Plan B só vai lançar o seu pro-model no segundo semestre. Aí sim Felipe estará apto a integrar a Liga.
Enquanto isso, a única coisa que não é novidade é o campeão das etapas, Nyjah Huston.

Agradecimentos especiais para Retta Skateshop, Independent Trucks e Drop Family pelo suporte para realizar a viagem.


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