Reinvenções criativas de Fabio Tirado

Fabio Tirado, ollie (Arquivo pessoal)
Fabio Tirado, ollie (Arquivo pessoal)

Fabio Tirado é mais um skatista que encubou a veia artística dentro das sessões de skate do Rio de Janeiro, assim como Felipe Motta, Edu Lopes, Fabio “Kalunga”, Leo Lopes, Dhani Borges, Daniel “Fogueira” Zetel, entre outros nomes expressivos. Local da Praça do Ó, também conhecida como Duó, na zona oeste carioca, os trabalhos de Tirado usando shapes velhos vem chamando atenção pela criatividade e capricho. São inúmeras peças criadas a partir dos skates quebrados das sessions, que se transformam em objetos de decoração ou nova utilidade, como lustres e pás. O skatista, que também faz graffiti, é um dos grandes ativistas da atual cena carioca, e um dos responsáveis pela transformação da Duó em pista de skate improvisada. Afinal, improvisação fugindo do previsível é uma característica forte de skatistas. O mundo precisa ser reinventado constantemente e Fabio Tirado mostra várias formas criativas de como fazer da melhor forma possível.

O que surgiu antes na sua vida: o skate ou a arte?
A arte sempre esteve presente. Desde criança, adorava pegar a enciclopédia sobre arte na estante e ficar lendo a história dos grandes gênios da pintura, Van Gogh, Salvador Dalí, entre outros. Mas só comecei a pintar depois de conhecer o skate. Então posso dizer que o skate veio primeiro, e junto com ele veio a vontade de pintar grafites, construir minhas próprias rampas, fazer camisetas, etc. Conforme a informação da cultura do skate chegava até mim, eu ia me apaixonando cada vez mais, queria fazer o que aqueles caras dos vídeos e revistas estavam fazendo. O skate me apresentou um universo de novas informações a ser explorado.

De onde veio a inspiração para começar a fazer esses trabalhos reciclando peças de skate?
A inspiração é sempre o skate. Sou apaixonado e tenho um carinho enorme pelos meus shapes. Sempre que quebrava ou perdia o uso eu não conseguia jogá-los fora. Sempre tive vontade de fazer trabalhos com eles, um dia resolvi comprar uma serra tico-tico e comecei a cortá-los, dando uma nova maneira de uso e eternizando essa história de amor com arte. Amo trabalhar com arte, me encontrei unindo minhas maiores paixões: arte e o skate. Tenho me dedicado muito a esse trabalho atualmente, tô adorando.

Você só usa maple nos trabalhos?
Dou preferência, prefiro o resultado final do trabalho feito com maple, mas também uso os shapes de marfim.

Como você aprendeu a técnica para esculpir os shapes?
Aprendi sozinho, praticando, pesquisando e trabalhando muito. Uso ferramentas básicas, a serra tico-tico e uma mini-lixadeira. Tento explorá-las ao máximo e tem dado ótimos resultados.

O Rio de Janeiro tem vários skatistas criativos. São músicos, fotógrafos e todos os tipos de artistas que surgiram das sessões de skate.
Você acha que é coincidência ou a cidade inspira a galera? Eu acredito que o skate tem essa influência cultural sobre as pessoas, não sei se aqui no Rio é diferente de outros lugares, mas sei que por aqui tem muita gente fazendo ótimos trabalhos.

Mind Industries é o nome da sua empresa?
Isso, eu assino Mind nos meus grafites pelas ruas. Gosto dessa forma de anonimato, as vezes faço umas camisetas e uso esse nome como marca. Adotei esse nome como um questionamento ao egocentrismo, o conflito interior, a busca pelo Eu. Um conceito que carrego na prática do dia a dia, a arte de ser mais humano e valorizar as coisas simples da vida.

Escutei falar que você deu um trabalho pro Chico Brenes e ele ficou amarradão. Ele comentou alguma coisa do presente?
Foi muito irado! O Chico Brenes veio aqui no Rio, na Tour da DVS, dei uma arte pra ele, me agradeceu, tirou foto e postou no Instagram dizendo que uma das coisas mais legais em tours são os presentes que ganham. O Mike Carroll comentou e o Chico sugeriu que fizessem uma série de shapes com minhas artes pra Girl e Chocolate! Nossa, imagina que irado seria?! (risos)

E sobre a Duó, ano passado escutei que a organização do Rio Vert Jam disse que ia fazer uma preza pra rapazeada. Fizeram algo?
Quanto ao Vert Jam, a organizaçao prometeu um legado de R$40 mil pra reforma da praça. Eles e os arquitetos, que também são daqui da praça, foram até a prefeitura, fizeram reuniões e conseguimos autorizar as obras. Temos todos os documentos assinados. Foi sugerido pela prefeitura que não usasse a mão de obra pública, que se procurasse um padrinho para patrocinar com o restante de grana que faltava para o projeto. A Adidas esteve aqui na segunda metade do ano passado e disse que se interessava, estamos esperando. Uns 15 dias atrás disseram que estavam concluindo os últimos detalhes burocráticos

Para adquirir os trabalhos de Fabio Tirado, acesse sua fanpage no facebook http://www.facebook.com/pages/Mind-Industries

 

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