A verdade sobre o Arpoador

Há algumas semanas, o jornal O Dia noticiou que o bowl do Arpoador seria demolido e daria espaço à um observatório ambiental. O assunto repercutiu e foi distorcido. Em comunidades do Orkut cheguei a ler ofensas à MPB, porque o bowl daria espaço à palco de shows, e comentários como “vai ser demolido pra virar observatório de et”.
Foi criado até uma petição online, que foi noticiado nos sites brasileiros e no Skatedaily.
O fato é que, por trás desses papos de MSN e Orkut, que vão se alterando de uma janelinha pra outra, o assunto já está sob controle. Vou reproduzir aqui alguns trechos de emails do Cesinha Chaves, que foi o autor do projeto, inaugurado em 1991.

Entrei em contato com a ONG Instituto E pelo site deles -> http://www.institutoe.org.br/ Acabei de receber um telefonema da Monica, que trabalhou na Redley quando eu era patrocinado pela marca, e que também participou da vinda do Hosoi e da demo dele no Arpoador. Ela está envolvida com o Instituto E, a tal ONG da matéria publicada no jornal O Dia. Conversamos muito e ela me disse que não há nada de concreto em relação a destruição da pista de skate, e que o projeto de adoção pela ONG, que é bancada pelo Oskar da Osklen, nem está fechado ainda com a prefeitura. Na verdade, parece que a diretora da ONG foi procurada pelo jornal e acabando “falando demais”. Mas a idéia de se mexer na pista existe. O argumento para acabar é que o local é de difícil acesso e fica abandonado, pois as “crianças” não sobem para andar de skate ali. Por isso querem colocar na parte de baixo obstáculos de street, para as “crianças”. Na época da construção da pista foi ventilado da localização ser em baixo o que foi veemente vetado pelos “bacanas” que moram na área sob a alegação que haveria barulho excessivo e aglomerações. Eu acho que a pista deve ser mantida no local que foi conseguido com muito custo, e se fazer uma grande reforma nos bowls tornando-os mais acessíveis a skatistas menos experientes e ainda se encaixar alguns obstáculos de street por lá. Creio que o Rotatori faça isso com facilidade. E ainda mais, revitalizar a área com a promoção de clínicas e campeonatos regulares. A ONG pode se encaixar aqui, fazendo uma inclusão social usando skatistas de áreas carentes como monitores. Fui convidado a comparecer a uma reunião futura, ainda sem data para acontecer, já que tudo ainda se encontra em estado embrionário, tanto que não há nenhuma informação a respeito no site http://www.institutoe.org.br/. De qq forma, todos alertas para preservarmos e usarmos essa oportunidade para fazer a sonhada reforma nessa pista que é um dos cartões postais do Skate Carioca.”

O Arpoador é um Bowl, que foi construído em 1990/91 quando não se havia nenhuma técnica desenvolvida para se fazer curvas. Aliás, existiam pouquíssimos bowls no Brasil. Hj em dia é tudo é mais fácil. Para se construir.”

Já estou em contato com a ONG. Tenho uma amiga que fez comigo a demonstração do Christian Hosoi no bowl do Arpoador, na época que eramos da Redley. Ela me passou que o projeto ainda se encontra na fase embrionária e que nesse 1º momento seria concentrado no paisagismo do parque e investindo na preservação das espécies naturais. Por sorte, ela já estava me procurando, pois ela sabe que eu sou o autor do projeto da pista e quer contar comigo nesse projeto. Eu vejo aqui uma ótima oportunidade dos cariocas ganharem de volta um Arpoador bonito, limpo e seguro além de uma pista de skate reformada. A reforma da pista é um desejo antigo de toda a comunidade do skate, pois na época que foi construída não tínhamos o know how de hoje. Creio que com essa parceria ONG/Prefeitura essa reforma possa ser realizada e depois podemos dar uma incrementada no local promovendo clínicas e torneios inter bairros, colegiais e até mesmo profissionais.

E, o presidente da Faserj, André Viana, também entrou em contato com a ONG. Ele quer que eles façam uma skate plaza no parque…

1 comentário em “A verdade sobre o Arpoador”

  1. Tiago Cambará (o Ti)

    Detalhe: “O Arpoador é um Bowl, que foi construído em 1990/91 quando não se havia nenhuma técnica desenvolvida para se fazer curvas”
    O Rio Sul é de 1991 e foi construído com uma técnica brilhante para curvas.

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